domingo, 24 de setembro de 2017

RESUMO EXPANDIDO APRESENTADO NO I ENCONTRO DE PESQUISAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DO CAMPUS CAICÓ/2017

FILOSOFIA, INFÂNCIA E TECNOLOGIA


Rafael Medeiros da Silva/UERN
Maria Reilta Dantas Cirino/UERN


RESUMO

Atualmente o ensino de Filosofia na educação básica funciona de maneira legal apenas nos currículos do ensino médio. Até o final da década de 1960 tal realidade não era diferente nos Estados Unidos, quando o filósofo norte-americano Matthew Lipman começa a discutir a possibilidade da vivência da filosofia desde a infância. Essa discussão se origina como resultado de sua percepção do alto grau de dificuldade de muitos de seus alunos, já adultos na universidade, em elaborar raciocínios e inferências lógicas. A partir de então o mesmo elabora um currículo para fazer filosofia com as crianças já nas séries iniciais, tendo em vista que tal prática ajudasse a evitar muitas dificuldades posteriores. Como material didático a ser utilizado nesse novo currículo, o filósofo propõe as novelas filosóficas de sua própria autoria, as quais tratam de alguns temas da vida cotidiana dos infantes relacionados aos conceitos já tratados pelos filósofos. Não obstante isso, Lipman não somente cria um novo projeto de prática em filosofia, como também constata que sua ideia inicial, segundo a qual as crianças tinham capacidade para o filosofar, estava certa, e passa então a transformar a sala de aula em uma comunidade de investigação, ou seja, onde todos investigam e têm o direito de expressar o seu pensamento. Lipman; Shapp; Oscanyan (2001) definem que a filosofia começa com o deslumbramento, ou seja, que é necessário haver um fascínio, para se aprender a filosofar. Nisso percebem grande aproximação com as crianças. Seguindo tal ideia, este trabalho objetiva realizar uma pesquisa bibliográfica e expor seus resultados relativos à existência de softwares (aplicativos) capazes de contribuir para o filosofar infantil, além de abordar o uso das novas tecnologias como instrumentos didáticos que contribuem para o entusiasmo e interesse dos alunos em estudar temas e conceitos de forma interativa. Como amparo teórico para a discussão da FpC tomamos especialmente as obras de Lipman (1990), Lipman; Shapp; Oscanyan (2001), Kohan (1998; 2008), Souza (2013), e Cirino (2016). Já para a discussão sobre as possibilidades do uso pedagógico da tecnologia, Ramos (2012) e Soffa (2008). Ao final do trabalho foi possível perceber a relevância de sugerir que sejam feitas novas pesquisas e abordagens de ambos os temas expostos, além de o estudo apontar para a elaboração e desenvolvimento softwares voltados para o objetivo de iniciar as crianças no exercício do filosofar nas comunidades de investigação.

Palavras-Chave: Filosofia. Crianças. Softwares educativos.

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