FILOSOFIA
NA INFÂNCIA
Carmélia Teixeira de
Sousa
Aluna do Curso de
Licenciatura em Filosofia, Campus Caicó-CaC/UERN;
Bolsista voluntária do
PIBIC:
Projeto - Filosofia com crianças: pensamento e
experiência na escola?;
Bolsista do subprojeto
PIBID Filosofia Campus Caicó-CaC/UERN;
Membro do Grupo de
Pesquisa Ensinar e Aprender na Educação Básica.
João Marcelo Soares de
Sousa
Aluno do Curso de
Licenciatura em Filosofia, Campus Caicó-CaC/UERN;
Bolsista voluntário do projeto
PIBIC:
Projeto - Filosofia com crianças: pensamento e
experiência na escola?;
Bolsista do subprojeto
PIBID Filosofia Campus Caicó-CaC/UERN;
Membro do Grupo de
Pesquisa Ensinar e Aprender na Educação Básica.
Prof. Esp. Sueny
Nóbrega Soares de Brito
Supervisora do
subprojeto PIBID Filosofia Campus Caicó-CaC/UERN;
Membro do Grupo de
Pesquisa Ensinar e Aprender na Educação Básica.
O
presente trabalho tem por objetivo expor os conceitos de filosofia e infância
na concepção de Matthew Lipman por meio das obras de Walter Omar Kohan, Filosofia para crianças, 2ª e 3ª edição,
e Filosofia na escola pública. Considerará os aspectos
históricos da formação dos referidos conceitos, a partir da perspectiva de que
o saber pensar constitui um importante papel na vida escolar das crianças. Em
meio a problemática que envolve a iniciação da filosofia na educação infantil,
há uma necessidade de pensar em um profissional adequado para ministrar as
aulas.
1 PROGRAMA
FILOSOFIA PARA CRIANÇAS
Em 1960 o filósofo norte-americano Matthew Lipman se tornou o primeiro a
pensar na contribuição da filosofia para formação integral do indivíduo durante
a infância, sistematizando a prática da filosofia para a educação das crianças.
Dessa maneira, criou um programa de filosofia voltado
a uma Educação para o Pensar. Em Kohan (1998), há algo em comum entre as
crianças e os filósofos: a capacidade de se maravilhar com o mundo.
O programa filosofia para crianças tem por
objetivo desenvolver a capacidade de pensar
melhor, buscando incentivar as crianças e jovens a exercerem um pensamento
reflexivo, rigoroso, crítico, profundo, criativo, cuidadoso, contextualizado e
autocorretivo. Existe, naturalmente, na Filosofia um convite ao raciocínio e
a refletir sobre os próximos pensamentos, ou sobre a atividade mental de si
mesmo que, quando exercitada, nos leva ao pensamento reflexivo e autocorretivo,
dessa forma, há o ensejo de criar um método capaz de aprimorar as habilidades
do pensar.
2 CONCEPÇÕES DE FILOSOFIA E INFÂNCIA E
CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL A ATUAR
Afinal, qual é o conceito de
infância? A infância tem sido historicamente compreendida como uma fase muito
importante da vida humana na qual reúne as características essenciais que
guiarão toda a conduta das fases seguintes e que marcarão de forma
crucial toda a esfera do comportamento do indivíduo tanto em sua interioridade e
subjetividade, quanto nas suas relações sociais objetivas. As crianças são filósofos inatos não
apenas porque perguntam e se inquietam com as certezas, mas também porque são
seres capazes de pensar de forma crítica, criativa e cuidadosa.
Quanto a filosofia, qual a
concepção adotada? Em Kohan (1998) é colocado a concepção de Lipman a respeito
de filosofia, caracterizando-a como o pensar sobre o próprio pensar, sendo
necessário ter conhecimento da lógica do pensar para poder praticá-la. Apenas a
filosofia pode estabelecer seus próprios métodos para resolver suas próprias
questões, não servindo somente à democracia, porém, sendo propriamente uma
prática coletiva e democrática.
De acordo com as concepções de
filosofia e infância, interpreta-se que a filosofia para crianças é uma
tentativa de conceber um filosofar entre crianças e adolescentes, um pensar
sobre o próprio pensar.
Sendo assim, almeja que as metas filosóficas
sejam também metas educativas, proporcionando um aperfeiçoamento na forma de
questionar e interrogar. A filosofia por se ocupar do próprio pensar, contribui
para a transformação das pessoas que a praticam dentro e fora da escola.
Em Kohan (2000), o filosofar e a
construção coletiva de saberes, no convívio com as crianças, se complementam
com o saber teórico a respeito de infância, filosofia e pedagogia. Com relação
ao papel do professor, Kohan (2000, p. 95), afirma:
Não se trata de reproduzir conteúdos ou
doutrinas filosóficas da forma como foram apropriadas. Trata-se, de modo
oposto, do reconhecimento do não-saber diante das questões e situações problematizadas
pelas crianças em suas investigações. Ao professor cabe envolver-se na busca de
significados e novos sentidos para o dia-a-dia compartilhado com as crianças,
cabe torna-se um co-investigador. Isso não impede que ele atue como coordenador
das discussões preparando as aulas, selecionando materiais didáticos,
elaborando instrumentos avaliativos, preparando perguntas de aprofundamento,
enfim, envolvendo-se previamente com a aula. Isso não também não lhe confere
uma posição de neutralidade ou não-envolvimento com a organização do trabalho
pedagógico e filosófico a ser realizado.
Dessa forma, o professor tem a
função de mediador, atribuindo um sentido de colaborador. O docente deve basear
sua postura filosófica em um alicerce de estudos, experiências e reflexões. É
preciso que as crianças estejam envolvidas na aula desde o planejar ao fazer,
isso não retirará o papel do professor, mas, tornará o processo mais eficaz.
Diante da problemática exposta, é
observável que, na concepção de Lipman e Kohan, a introdução da filosofia na
infância proporciona as pessoas melhores condições de se conhecerem desde a
mais tenra idade, tomando suas decisões sem a obrigatoriedade de seguir um
modelo social já estabelecido, fazendo com que a infância se torne um período de
maior desenvolvimento e nas fases seguintes venham a ter habilidades de crítica,
investigação e desnaturalização. A criança, em si, por ser considerada um
sujeito capaz de adquirir significação desenvolverá um maior senso crítico ao
ter acesso a filosofia, única disciplina capaz de pensar sobre o próprio
pensar.
REFERÊNCIAS:
KOHAN, Walter Omar. Filosofia para crianças. 3ª ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes,
1998.
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