domingo, 19 de março de 2017

ARTIGO PUBLICADO NO XX EPPEN/UFAM/MANAUS/2011


FILOSOFIA NA INFÂNCIA: IDENTIFICANDO DESAFIOS –  CONSTRUINDO POSSIBILIDADES

 
Maria Reilta Dantas Cirino[1]

José Francisco das Chagas Souza[2]

 

 
RESUMO

 
O conhecimento da Filosofia compreendido como prática dialógica da argumentação, da construção do pensamento crítico e do espaço do questionamento, apresenta-se como oportunidade de construção de uma educação para o pensar – o exercício do perguntar, conceituar, argumentar – como forma de reflexão contribuindo com a formação cidadã do indivíduo e de sua inserção no contexto histórico-cultural. As crianças são por natureza questionadoras e curiosas, o que as tornam capazes do diálogo, do desabrochar e abertura ao conhecimento, sendo, pois, possível o exercício concreto da discussão e reflexão ingênua que poderá tornar-se crítica; pensa sobre o mundo e busca formas de compreendê-lo, usa a imaginação e a criatividade para responder perguntas que aparentemente são óbvias. Tais perguntas quando incentivadas e não censuradas podem potencializar essa capacidade natural para o filosofar. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo discutir, problematizar e identificar as possibilidades de se fazer filosofia com crianças em vista de contribuir com a formação cidadã – individual e social - de crianças, considerando seus níveis de desenvolvimento, em instituições de educação básica - infantil e ensino fundamental - tendo por princípios norteadores os critérios de referência das comunidades de investigação propostos por Matthew Lipman..

 
 PALAVRAS-CHAVE: Matthew Lipman - filosofia com crianças - comunidades de investigação.

 
FILOSOFIA E INFÂNCIA

  

Sabemos das dificuldades em se tratando de “filosofia para crianças”, devido os vários preconceitos que perpassam centenas de anos desde o surgir da filosofia há mais de 25 séculos. O que vemos no contexto da filosofia, a princípio, é a chamada “akmé”, isto é, o ponto alto da maturidade do saber filosófico o que só era possível entre os 40 e 50 anos. Temos assim, uma visão elitista de que o verdadeiro filósofo teria que passar anos a fio nessa preparação progressiva para a maturidade no saber.

            Há na Grécia Antiga grande preocupação com a educação das crianças, porém, do ponto de vista da época na forma aristocrática em vistas a serem moldadas para assemelharem-se aos adultos. Neste ângulo vemos que se preocupavam com a educação infantil. Por vezes, percebemos o chamado “tempo certo” para a prática filosófica e a seleção dos melhores, especialmente os ligados à aristocracia para poderem prosseguir na educação que os faziam “filósofos”. (PLATÃO, 1996).

A “Maiêutica” socrática” (CHAUÍ, 2001), tem enorme vantagem na aplicação com crianças, nela está contido o filosofar e o educar. O primeiro por não estabelecer verdades prontas, o que faz com que a filosofia seja uma construção do saber; e o segundo por Sócrates não se considerar professor e mesmo assim era mestre na arte de educar de forma construtiva no fomentar do conhecimento. 

Atualmente certas restrições, apesar de se fazerem presentes, já são bem menores do que no princípio. Somente em séculos mais recentes (séc. XVI – XVII), presenciamos possibilidades de as crianças exercitarem o pensar mais apurado. Uma filosofia compreendida na perspectiva de que todos os humanos filosofam por se defrontarem com problemas e questões do mundo em que estão inseridos. Assim, questões como: “Quem sou?”, “O que é o mundo?”, “Para onde vamos?” São questões próprias da existência humana.

Alguns filósofos mais recentes tiveram postura bem crítica com relação a essa impossibilidade de se fazer filosofia. Desde Comenius e sua preocupação de que o conhecimento e a educação deveriam trazer a realização do ser humano e a felicidade eterna, passando por Rousseau (Obras Completas, 1969), que percebe a distinção do entre a criança e o adulto, discutindo o papel da educação da criança e esta relação: Criança – Adulto – Sociedade, concebendo a reflexão filosófico-pedagógica centrada na infância.

Se na antiguidade, para Platão (Diálogos, s/d) e Aristóteles (Metafísica,1969) a “admiração, o espanto e o perguntar” estão no princípio da filosofia, identifica-se já o espaço para uma filosofia com crianças que é quem melhor exercita tal procedimento que vem de encontro à filosofia. Porém, na modernidade é com Descartes (Meditações Metafísicas, 1983) e (PASCAL, G.,1990) que o caminho filosófico poderá estar no exercício da “dúvida metódica”, utilizando as armas céticas para chegar à evidência da verdade.

Os adultos têm opiniões “prontas”, “acabadas” e cheias de “preconceitos” e “pré-noções” fossilizadas, o que será bem mais difícil para que assumam a postura de um “não-saber” Socrático que é a consciência de estar aberto ao aprendizado permanente; a da “dúvida cartesiana” que questiona, pois, diferentemente, são as crianças que estão sempre em atitude de aprendizado.

Considerando esses pressupostos filosóficos, na atualidade, é nos espaços educativos institucionalizados onde as crianças têm possibilidades de aprendizagem, desenvolvimento e interação por uma significativa etapa de suas vidas. Assim, a educação básica, aqui considerada nos níveis de educação infantil e ensino fundamental, são reconhecidos pela legislação pertinente, pela produção científica e documentos oficiais do Ministério da Educação – MEC, como etapas em que as crianças se desenvolvem e aprendem conceitos, valores, atitudes e procedimentos. Tais pressupostos reconhecem a competência da criança desde recém-nascida, como um ser social, histórica, cidadã, em desenvolvimento (PIAGET, 2003; 2006a; 2006b),  com características e necessidades próprias (WALLON, 1975; 1995) – diferenciadas das dos adultos - e compreende que a possibilidade de apropriação de conhecimentos próprios da cultura se faz presente nas interações sociais (VIGOTSKY, 2001; 2003; 2006) que ocorrem, entre outros contextos, nos espaços das instituições educativas contribuindo para o desenvolvimento da identidade e autonomia das crianças. Esses argumentos são amparados no Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI (BRASIL, 1998) e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 2001), quando apontam que as instituições educacionais devem possibilitar às crianças e jovens o desenvolvimento da autonomia, convivência com a diversidade, interação e cooperação, bem como acesso às diferentes formas de linguagens como expressão da cultura e cidadania.

Contudo, os índices de avaliação dos últimos anos (SAEB e IDEB) têm demonstrado que nem sempre essa realidade se efetiva nas instituições de educação básica, sendo identificada a transmissão de conteúdos sistematizados que embora de suma importância para aprendizagem e desenvolvimento das crianças não são por essas significados, predominando, na maioria das vezes, práticas espontaneístas e vazias e/ou fortemente marcadas pela perspectiva precoce de escolarização das crianças, em detrimento das necessidades mais significativas e potencial global que apresentam para seu desenvolvimento pessoal e social – cognitivo, lingüístico, lúdicas, socioafetivas, corporais, dentre outras. Práticas de repetições e tarefas esteotipadas que não desafiam os níveis cognitivos em que as crianças se encontram e pouco contribuem para a construção do pensamento reflexivo-crítico.

Essa constatação nos remete à proposta do filósofo e educador norte americano Matthew Lipman que preocupado com as dificuldades de seus alunos em elaborar raciocínios e inferências lógicas, propõe que as crianças se iniciem nesses exercícios desde a mais tenra idade. Nesse sentido, assim afirma: “Nada tão condescendente. Deveria ser algo que os pequenos descobrissem por si mesmo, com pouca ajuda dos adultos. [...] deveriam formar uma pequena comunidade de pesquisa, na qual cada uma participasse, pelo menos em alguma medida, na busca cooperativa e na descoberta de modos mais efetivos de pensar.” (LIPMAN, 1998, p. 22).

Referindo-se ao ensino sistematizado função da escola enquanto instituição educativa, Lipman (2008, p. 17) considera que:

Tradicionalmente, o objetivo do ensino foi a transmissão do saber. Por pessoa instruída, entendia-se uma pessoa bem-informada. E era mediante esse processo de aprendizagem que se chegava ao saber. Essa prioridade da transmissão não é mais aceitável. Todos temos consciência da rapidez com que a menor parcela de conhecimento pode tornar-se obsoleta. Consequentemente, admitindo que uma pessoa instruída deve ser bem informada, é indispensável esclarecer que ela deve ser também racional e sensata (sic), o que significa que o processo educativo deve dedicar-se a cultivar o raciocínio e o julgamento (sic).

 

 

Assim, desde 1968, Lipman propõe que é possível às crianças através da filosofia investigar, elaborar o pensar, compreender os sentidos múltiplos da linguagem como expressão da cultura na qual ela – a criança – já nasce inserida, educando-se para o bom julgamento, boas escolhas e boas relações sociais. Sua proposta apresenta-se em forma de diálogos entre crianças e adultos, nos quais as crianças são incentivadas a pensar sobre questões de cunho filosófico, tais como: lógica, ética, estética, política, linguagem, natureza, comparações, elaboração de perguntas, argumentação etc. (KOHAN e WUENSCH, 1998).

Essas questões filosóficas aparecem como “questões de fundo” nas Novelas Filosóficas nas quais as crianças dialogam entre si ou são incentivadas a pesquisar por si mesmas buscando sentidos para os seus questionamentos e argumentos tendo em vista a reflexão crítica, o raciocínio lógico e coerente que enriquece e favorece o uso e a compreensão ampliada da linguagem, das vivências e inquietações, a elaboração conceitual, o desenvolvimento da observação, o respeito às diferenças, à construção da autonomia e o princípio da liberdade.

Sobre esses aspectos e considerando a filosofia como um legado que deve ser propiciado a todas as crianças, Sharp (1998, p. 18) assevera:

 

 

Quando observamos o mundo, percebemos muita injustiça, muita falta de liberdade, muito ódio em vez de amor, e nós gostaríamos de conceber e criar um mundo mais justo, mais belo, mais verdadeiro. Para isso, é necessário sabedoria e bom julgamento; precisa-se saber pensar e saber pensar bem, saber quais são aquelas opções; precisa-se, também, ser crítico, ser capaz de olhar as instituições da sociedade e perguntar se elas cumprem aquilo que deveriam fazer. E é indispensável ser criativo, colocando algumas sugestões sobre como as coisas poderiam ser melhoradas. Finalmente, é fundamental, também, pensar de modo ético, atencioso. Como pessoas, não nascemos dessa maneira, mas podemos ser educados desta forma.

 

 

 Nessa perspectiva, a Filosofia, assume sua dimensão social, na busca de espaços de elaboração e compartilhamento do saber filosófico, no compromisso com a interrogação filosófica e contribuição com a transformação social, bem como a necessidade de abrir novas possibilidades de articulação e sentidos entre a filosofia e a infância.  

 

 

FILOSOFIA E INFÂNCIA: ENTRE DESAFIOS E POSSIBILIDADES

 

 

Com base nas considerações acima, evidencia-se a experiência de filosofia com crianças desenvolvida no interior do semi-árido do Rio Grande do Norte na qual foi possível envolver numa escola de educação infantil e ensino fundamental estudantes atuais e egressos do curso de filosofia, professores da rede e crianças. (CIRINO e SOUZA, 2008).

A proposta teve como concepção a criança como sujeito em formação, ser atento e observador, encontrando em todos os momentos de sua vida necessidades de questionamentos para compreender os “porquês” formulados por elas mesmas diante dos fatos cotidianos. De acordo com Lipman (2001) elas anseiam por uma vida repleta de experiências ricas e significativas. Todavia para tal, é preciso mais do que um ensino verbalista, de acúmulo de conhecimentos, é necessário um ensino voltado ao desenvolvimento das competências do pensar, tal como assevera Lipman (apud DANIEL 2008, p. 20): “se a educação se ocupa com o destino do pensamento humano, ela deve ensinar às crianças ‘como’ pensar, e não ‘em que’ pensar”.

            Sendo assim, para que às crianças, tenham a possibilidade de aprenderem a pensar criticamente, e de forma reflexiva, criativa e autônoma, identifica-se na metodologia de defendida por Lipman uma possibilidade e um desafio no fazer filosofia com crianças. O mesmo propõe as salas de aulas tornem-se em Comunidades de Investigação (C.I.), pois que “sem comunidade, não existiria verdade, nem realidade, nem indivíduos. A comunidade é a condição de possibilidade do ser e de conhecer o que existe.” (KOHAN, 2008, p. 30). As C.I. têm, na visão de Lipman, o potencial de desenvolver nas crianças e jovens as habilidades de pensamento, que se traduzem na capacidade de investigação, na elaboração de conceitos, nas habilidades de raciocínio e tradução. 

            Este paradigma de investigação e de organização pedagógica transforma o espaço educacional desde seu espaço físico até a forma de conduzir o diálogo investigativo, no qual a aprendizagem se dá na parceria, onde os envolvidos sentem-se em uma comunidade, em que todos se tornam investigadores, construindo sobre as ideias uns dos outros, pensando com autonomia, explorando suas pressuposições, trazendo para suas vidas a percepção do que é descobrir, inventar, analisar e criticar coletivamente.

            A alma da CI é a prática dialógica, a partir da qual Lipman (apud KOHAN 2008) propõe um trabalho dialógico-investigativo, realizado por grupos de alunos, com a coordenação de um professor, a fim de juntos construírem respostas e questões acerca de suas experiências problematizadoras de mundo, assim como, a exposição de seus pontos de vistas e a internalização de determinadas habilidades, tais como: as habilidades de raciocínio, autocorreção, escuta, respeito mútuo, entre outras.

            Entretanto, o diálogo não pode ser compreendido apenas como uma estratégia pedagógica, mas sim um princípio educacional. Deste modo, é mister ressaltar, que a proposta apontada por Lipman (apud KOHAN 2008) de fazer filosofia em sala de aula a partir do diálogo investigativo, não quer dizer que tal prática restrinja-se, apenas ao exercício da retórica, ou do simples ato de conversar, pelo contrário, ela deve estar disciplinada pela lógica, num movimento investigativo comunitário onde os envolvidos são desafiados a construir individual e coletivamente, num processo reflexivo de construção do conhecimento, a partir do qual as crianças vão aprendendo a distinguir um pensamento bom do ruim.

Devemos evidenciar, também, que para o desenvolvimento dessa metodologia necessário outro desafio que se faz presente é a postura do docente envolvido com a proposta. Essa postura deverá ser sempre problematizadora, baseada no bom planejamento prévio das possibilidades das atividades planejadas (histórias, poesias, contos, paródias, músicas etc.), podendo essas terem sido escolhidas pelo próprio docente de forma contextualizada com a realidade em que se insere sua ação, como também podem ter sido escolhidas pelas próprias crianças e jovens a partir do diálogo anterior em sala de aula, ou a partir de um fato vivenciado pelas crianças e jovens e trazido a toma na Comunidade de Investigação.

O docente, consciente de que a fala opera o pensamento e é dele constitutivo (VIGOTSKI, 2005), deverá está verdadeiramente envolvido e interessado nas questões levantadas pelas crianças e jovens, sendo aquele que media e conduz a discussão enquanto processo – fazendo perguntas aos argumentos apresentados, solicitando melhores esclarecimentos, oportunizando a fala a todos, incentivando, estabelecendo coletivamente as regras dentro da C.I., respeitando e fazendo respeitar diferentes pontos de vistas e argumentos. O docente não deve ser o “respondedor” das questões, mas que é amante da sabedoria para poder perceber as várias facetas da questão apresentada e assim poder contribuir como adulto mais experiente com sua problematização, do pensar certo, da autonomia, aquele que junto com os demais vai à busca de alternativas “tecidas” no contexto do diálogo investigativo.

Assim, as posturas desenvolvidas dentro da comunidade de investigação por professores e estudantes buscam com essa metodologia, envolver a ambos num processo dialógico-investigativo, quebrando os paradigmas de uma educação tradicionalista, em vista de uma educação emancipadora do ser, enquanto ser pensante que se constitui no espaço investigativo do diálogo nas C.I.

Questiona-se, então, quais temas, que conteúdos podem ser filosóficos ou tem o potencial de proporcionarem às crianças o exercício do pensar filosófico? Lorieri (2002) apresenta contribuições a essa questão quando afirma que os temas devem ser significativos e com potencial problematizador, podendo ser discutidos, lidos de forma compartilhada, realizadas diversas anotações na lousa e depois condensados pelo grupo para contemplar aspectos que ressaltados pela C.I. devam ser aprofundados.        

O currículo deve ser construído como recorte significativo de um todo que faça sentido para as crianças e jovens, constituído por temas, para o desenvolvimento das habilidades de pensamento propostas por Lipman, princípios e instrumentos da filosofia, sendo postos em discussão e avaliação pelos alunos, como forma de diálogo, raciocínio e reflexão.

Essa abordagem tem como finalidade aproximar gradualmente as crianças de uma práxis filosófica, sempre levando em conta seu nível de desenvolvimento, sua experiência concreta e também afetiva, social e cognitiva de cada faixa etária. Por isso o lúdico é tão importante e não pode ser desconsiderado em favor de uma complexidade fora do alcance infantil. Os temas não podem ser definidos de forma estanque, e sim, de forma a abrirem possibilidades para o que pode ser dito e pensado pelos envolvidos.
           Definindo os conteúdos de sua proposta de filosofia com crianças Lorieri (2002, p. 51-52), afirma:

 

 

Os conteúdos da filosofia são temáticas que se apresentam na forma de certas perguntas e para as quais há diversas respostas, algumas das quais presentes com mais força no cultural de cada época histórica. Essas temáticas precisam estar sempre sendo examinadas, avaliadas e, eventualmente, reelaboradas ou mesmo substituídas. Não só faz parte dos conteúdos da filosofia uma maneira própria da trabalhar as temáticas, as perguntas e as respostas. Essa maneira própria, ou o método, torna-se conteúdo à medida que é constantemente examinado, estudado, avaliado e reconstruído.

 

Com base nesses aspectos, esse artigo aponta a definição de conteúdos a partir dos textos literários, pelo potencial lúdico e desenvolvimento do imaginário e de pertinência com a cultura infantil e de jovens, podendo esses ser apresentados nas modalidades de histórias infantis, contos, lendas, músicas, poesias e paródias etc. Não “... se trata de explorar esses recursos literários analisando suas formas e o desenvolvimento de seus personagens, objeto propriamente de uma aula de literatura, mas de perceber as idéias que estão sob a superfície da história. Ressalte-se as palavras de Sharp (1999, p. 63), que atribui à literatura esse potencial formativo e filosófico:

 

 

As histórias em Filosofia para crianças funcionam como trampolins apropriados para a investigação porque (i) expõem emoções e sentimentos corriqueiros ao exame sem colocar crianças reais e seus problemas ‘no centro das atenções’; (ii) junto com seu valor como arte, elas mostram a prática filosófica com o uma técnica que pode ser ensinada e aprendida; e (iii) apresentam conceitos, procedimentos e situações filosóficos em contextos da vida real que são prontamente transferíveis.

 

 

Esses devem ser definidos sempre a partir do potencial de significado cultural, afetivo e/ou pessoal que possa ter para aquele grupo de crianças. Na dinamicidade da realidade em que cada experiência seja desenvolvida deve-se considerar os envolvidos como sujeitos ativos que influenciam a realidade em que estão inseridos e delas recebem influencias, podendo esses aspectos identificados sofrerem alterações em vista de atender a cada especificidade do contexto.

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

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[1] Pedagoga. Mestre em Educação/UFRN. Profa. do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN, Campus Caicó.
 
[2] Filósofo. Mestrando em Filosofia. Prof. do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN, Campus Caicó. 

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